(...)
Se se quiser perseguir um século XXI europeu, haverá que evitar tanto uma Babel do tipo de uma Jugoslávia gigante como qualquer forma demasiado construtivista ou “unitarista” de integração dos povos europeus. Há que recusar tanto uma Europa uniforme e maximalista, sucedânea de sonhos imperiais, como uma Europa minimalista, impotente e exposta. A lógica da subsidariedade é a de uma estruturação intermédia entre esses dois extremos, sóbria, organizada de baixo para cima, subindo da pluralidade para a unidade, a começar na própria cidadania individual, através dos corpos intermédios e Estados-nação, como numa destilação em que só se chega ao topo como síntese.
Finalisticamente, por sua vez, essa unidade não pode ter senão um desiderato aberto. Aberto e solidário, isto é, duplamente oposto a toda a possibilidade de totalização. Os processos de integração e diferenciação avançarão, aliás, lado a lado, como lógica de todo o mundo moderno. Se o pluralismo é uma essência estrutural da futura União Europeia, é preciso que transforme o seu carácter proteiforme em fonte de sinergias, ao mesmo tempo que só aceita fundir-se na medida da própria tradição comum,”imagem do homem” europeu e coesão mínima da sociedade comunitária. Um modelo de unidade aberta, e neste sentido por definição indefinível, é o único viável e desejável, mas tem de ser insuflado pela inspiração das ideias básicas de subsidariedade, solidariedade e abertura. É essa a Europa que se poderá construir democraticamente e em paz.
(excerto de “O Que É – Europa”, de Francisco Lucas Pires, Difusão Cultural, 1992, p.130-131)
Se se quiser perseguir um século XXI europeu, haverá que evitar tanto uma Babel do tipo de uma Jugoslávia gigante como qualquer forma demasiado construtivista ou “unitarista” de integração dos povos europeus. Há que recusar tanto uma Europa uniforme e maximalista, sucedânea de sonhos imperiais, como uma Europa minimalista, impotente e exposta. A lógica da subsidariedade é a de uma estruturação intermédia entre esses dois extremos, sóbria, organizada de baixo para cima, subindo da pluralidade para a unidade, a começar na própria cidadania individual, através dos corpos intermédios e Estados-nação, como numa destilação em que só se chega ao topo como síntese.
Finalisticamente, por sua vez, essa unidade não pode ter senão um desiderato aberto. Aberto e solidário, isto é, duplamente oposto a toda a possibilidade de totalização. Os processos de integração e diferenciação avançarão, aliás, lado a lado, como lógica de todo o mundo moderno. Se o pluralismo é uma essência estrutural da futura União Europeia, é preciso que transforme o seu carácter proteiforme em fonte de sinergias, ao mesmo tempo que só aceita fundir-se na medida da própria tradição comum,”imagem do homem” europeu e coesão mínima da sociedade comunitária. Um modelo de unidade aberta, e neste sentido por definição indefinível, é o único viável e desejável, mas tem de ser insuflado pela inspiração das ideias básicas de subsidariedade, solidariedade e abertura. É essa a Europa que se poderá construir democraticamente e em paz.
(excerto de “O Que É – Europa”, de Francisco Lucas Pires, Difusão Cultural, 1992, p.130-131)
2 comentários:
mto interessante adoro a Europa!!
mto interessante adoro a Europa!!
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